A exportação de madeira brasileira vem crescendo a um ritmo acelerado ao longo dos últimos anos.
Na última década ela registrou um aumento superior a 9.500%.
Em 2010, as exportações somavam pouco mais de 10 mil toneladas, enquanto uma década depois, somente no acumulado entre janeiro e outubro de 2020, alcançou 977 mil toneladas (Canal Rural).
No ano passado, em 2021, o crescimento continuou acelerado. Até meados de junho já eram 1.18 milhões de toneladas embarcadas, maior que o registrado no ano anterior.
Por isso hoje veremos como as exportações de madeira iniciaram, os principais destinos e o cuidado que os exportadores devem adotar nas operações.
Como se deram as primeiras exportações de madeira no Brasil?
A exportação de madeira no Brasil teve início ainda no período colonial, quando a madeira brasileira era extraída e enviada a Portugal para construir e restaurar estabelecimentos.
Inclusive, no Brasil Colônia a principal atividade comercial da cidade do Rio de Janeiro era a madeira, tanto para uso interno como para a exportação.
Em outros lugares do país, entretanto, a demanda interna era tamanha que não restava madeira brasileira, conhecida por sua qualidade e vitalidade, para ser exportada.
A partir da independência política do Brasil, em 1822, ocorreram grandes transformações na indústria madeireira, principalmente na tecnologia de processamento.
O surgimento de serras operadas mecanicamente permitiu reduzir pela metade o custo de extração, produção e logística. Isso levou a madeira a um lugar de destaque na construção e na indústria naval.
Contudo, o maior impulso veio a partir de 1920, com a melhoria das instalações industriais e dos meios de transporte, concomitantemente ao desenvolvimento dos centros urbanos.
Apesar de a demanda interna ainda ser expressiva, pouco a pouco as exportações comerciais de madeira começaram a surgir e a crescer.
O movimento se intensificou a partir das décadas de 60 e 70 (CABRAL E CESCO, 2008).
Quais os principais destinos da exportação da madeira brasileira?
Durante o ano de 2021, o Brasil exportou cerca de 2.614 milhões de toneladas de madeira, um aumento de 91,2% na comparação com 2020 (ComexVis).
Isso representou um valor FOB de mais de US$ 221 milhões, 91,9% a mais que o registrado no ano anterior, reforçando a tendência de crescimento das exportações percebida na última década.
Os principais destinos, com valores mais expressivos, foram China (46,9% de participação) e Portugal (40,3% de participação).
Em seguida vieram Índia (5,18%), Alemanha (0,91%) e Estados Unidos (0,54%).
Fonte: https://exame.com/wp-content/uploads/2020/10/Operacao-Amazonia-Viva-5-1.jpg
Quais os documentos necessários para exportação de madeira?
Desde o início de 2020, o IBAMA (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis) está mais rigoroso na exportação de madeira.
Anteriormente às novas medidas, a principal forma de fiscalização era o monitoramento in loco de cargas escolhidas aleatoriamente. Para exportar madeira, a única exigência era possuir a Nota Fiscal de venda.
No entanto, com a mudança implementada, o uso do Documento de Origem Florestal (DOF) no Documento Único de Exportação (DU-E) passou a ser obrigatório, permitindo uma integração direta com o Sistema Portal Único de Comércio Exterior (Portal Único Siscomex).
Significa dizer que agora o IBAMA consegue monitorar 100% das cargas de exportação de madeira e cerca de 25% delas é fiscalizada presencialmente.
Essas novas medidas tornaram o trabalho do exportador mais detalhista e minucioso, pois as exigências aumentaram.
Para além da utilização do DOF na DU-E, outros documentos também podem ser exigidos, de acordo com o país destino da carga. Os principais arquivos requisitados, normalmente, são:
- Fatura Comercial;
- Romaneio de Carga;
- Conhecimento de Embarque;
- Registro de Operação de Crédito (RC);
- Registro de Vendas (RV);
- Documento RADAR (Registro e Rastreamento da Atuação dos Intervenientes Aduaneiros);
- Liberação do IBAMA;
- Registro de Exportação do Siscomex;
- Certificado de Fumigação;
- Certificado de Origem; e
- Certificado Fitossanitário de Origem.
Quais os principais tipos de madeira exportadas?
A madeira é classificada no Capítulo 44 da NCM (Nomenclatura Comum do Mercosul) que, em resumo, pode se dividir em:
- 4401: lenha;
- 4403: madeira bruta, mesmo descascada, desalburnada ou esquadriada; e
- 4407: madeira serrada ou fendida.
A título de esclarecimento, dentro de cada uma dessas divisões existem especificidades conforme as características do material. Além disso, outras classificações, como carvão vegetal e móveis, não serão abordadas.
No âmbito da madeira em lenha, foram exportados cerca de US$ 201 milhões em 2021. Destes, a principal participação foi de “Madeira em estilhas ou em partículas, de não coníferas” (44012200), com US$ 147 milhões.
Quanto à madeira bruta, foram mais de US$ 222 milhões vendidos para a exportação. Aqui, a maior participação foi de madeira em estado bruto de eucalipto (44039800), com US$ 121 milhões.
Por fim, na classificação de madeira serrada ou fendida, foram US$ 944 milhões em exportações, sendo a principal classificação a de madeira de pinheiro (44071100), com US$ 762 milhões (Comexstat).
Como funciona a secagem de madeira?
A secagem de madeira pode se dar através de três processos, cujas características variam de acordo com sua especificidade, agilidade e qualidade.
A forma mais tradicional é a secagem ao ar livre. Ou seja, trata-se da exposição de grandes pilhas de tábuas em áreas externas.
Nesse processo o controle de secagem é bem limitado. Isso porque as tábuas secam naturalmente, mas a rapidez do processo depende das características da madeira, do empilhamento e das condições climáticas.
Outra forma é a secagem forçada ao ar, que ocorre em espaços próprios para essa prática, como galpões e pátios.
Nesse processo, há a utilização de ventiladores que podem – ou não – contar com sistemas de aquecimento que culminam na redução do tempo de secagem.
Por fim, a forma menos tradicional e conhecida é a secagem por estufas de madeira.
Esse modelo consiste na utilização de um túnel ou câmara onde a tábua passa por um processo de secagem. Nele as condições de temperatura, tempo, velocidade e circulação do ar são facilmente controladas e, dessa forma, o processo tende a ser mais veloz.
Já que esse processo é menos conhecido, vamos entender como ele acontece.
Em suma, toda secagem ocorre a partir da migração da umidade das camadas internas da madeira para a camada mais superficial. Assim que atinge a superfície, essa umidade é mais facilmente evaporada pelo meio.
Na secagem por meio de estufas, as condições de evaporação e de deslocamento da umidade no interior da madeira são mais bem controladas.
Isso porque o vapor ou o aquecimento elétrico são utilizados, podendo ser acionados conforme as propriedades de cada tipo de madeira, proporcionando uma secagem mais uniforme e resistente.
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