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Panorama das Exportações no Brasil 

Você sabe qual é o cenário das exportações no Brasil hoje? 

Certamente você que trabalha com comércio exterior sabe que as exportações no Brasil são um peso grande na nossa economia, principalmente as exportações de commodities. 

Mas você sabe dizer o que exatamente é exportado e para onde vão nossos produtos? Aliás, sabe quais as vantagens que o Brasil oferece para os exportadores e os desafios que enfrentamos? 

Hoje você ficará por dentro de tudo isso! Ao longo do texto vamos abordar não só números e dados, como também informações relevantes sobre o panorama das exportações no Brasil. 

Acompanhe! 

Cenário das exportações no Brasil em 2022 

Antes de mais nada, alinhemos alguns conceitos básicos. 

Em primeiro lugar a própria palavra exportação: exportar é o ato de vender mercadorias de um país para o outro. 

Em outras palavras, refere-se à transferência de mercadorias e serviços de um país para o outro. Além disso, importante registrar que cada país exportador e importador determina suas próprias legislações. 

Se dissermos que o Brasil exporta soja para a China, por exemplo, significa que um determinado volume desse produto sai de nosso país rumo ao asiático. 

Em seguida temos o conceito de balança comercial. Da mesma forma que uma balança analisa duas medidas, a balança comercial nos oferece o panorama de contas das exportações e importações de um país. 

Ou seja, é a diferença entre o valor dos produtos que saem e entram de um país – medida em valor, não em volume. Já que se trata de todas as transações comerciais ela abrange bens, produtos e serviços vendidos e comprados. 

Esse indicador econômico é importante para analisar um país quase tanto quanto o PIB. Isso porque aquele dado faz parte da balança de pagamentos que engloba todas as transações econômicas de determinado país com o resto do mundo. 

No saldo da balança pode haver três situações: 

  • Superávit: saldo positivo, quando o valor das exportações é maior que o das importações; 
  • Déficit: saldo negativo, quando o valor das importações supera o das exportações; 
  • Equilíbrio comercial: quando os valores de exportações e importações se igualam. 

Por fim, temos o conceito de corrente comercial. Enquanto a balança comercial é a diferença entre as importações e as exportações, a corrente comercial é a soma. Isto é, tudo o que foi movimentado no comércio exterior de um país, sem distinção entre compra e venda. 

Definidos esses conceitos, vamos focar nos dados das exportações do Brasil. 


O que o Brasil exportou no primeiro semestre de 2022? 

Durante o ano de 2022 o Brasil bateu alguns recordes em seu volume de exportações. 

Só para ilustrar, em julho, o valor registrado foi o maior para o mês desde o início da série histórica do comércio brasileiro. Os números também foram recordes nas importações e na balança comercial (Valor Investe). 

Segundo o relatório da balança comercial, entre janeiro e setembro de 2022 o Brasil exportou US$ 247,88 bilhões. O valor significa um crescimento de 18,8% em comparação com o período de 2021. 

No relatório, as exportações no Brasil são divididas em três setores: 

  • Indústria da transformação: US$ 12,73 bilhões (+26,7%); 
  • Indústria extrativa: US$ 5,57 bilhões (+3,7%); e 
  • Agropecuária: US$ 4,50 bilhões (+48,9%). 

Em contrapartida, se analisarmos os produtos individualmente, os de maior participação são (Comex Vis): 

  • Soja (17%); 
  • Óleos brutos de petróleo ou de minerais betuminosos, crus (12%); 
  • Minério de ferro e seus concentrados (9,1%); 
  • Óleos combustíveis de petróleo ou de minerais betuminosos, exceto óleos brutos (3,9%); 
  • Carne bovina fresca, refrigerada ou congelada (3,5%); e 
  • Farelos de soja e outros alimentos para animais, excluídos cereais não moídos (3,3%). 

Ao mesmo tempo, a balança comercial apresentou um superávit de US$ 47,46 bilhões. 

Principais destinos das exportações do Brasil 

Segundo os dados do portal Comex Vis, até agosto de 2022 os principais destinos de nossas exportações foram China, Estados Unidos, Argentina, Holanda e Espanha. 

Leia também: Importação da China: tudo o que você precisa saber 

No mapa abaixo é possível ver a expressividade, em termos de valores, de cada um de nossos parceiros comerciais. 

Quais benefícios o Brasil oferece ao exportador? 

O Brasil oferece diversos benefícios às empresas que desejam exportar e, sem dúvida, os incentivos fiscais são um dos mais expressivos e relevantes. 

Quando falamos de exportações, é imprescindível que o produto exportado não apenas esteja disponível no mercado externo, como também tenha preços competitivos. 

E os incentivos fiscais vêm justamente para diminuir o custo do exportador, a fim de que ele possa diminuir o preço do produto. 

As exportações no Brasil contam com tratamentos diferenciados, com redução ou isenção de alguns impostos aplicados internamente, tais como: 

  • IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados); 
  • ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços); 
  • COFINS (Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social); 
  • PIS (Programa de Integração Social); e 
  • IOF (Imposto sobre Operações Financeiras). 

Fato é que os regimes especiais ofertados pelo Governo Brasileiro favorecem as empresas exportadoras. 

Esses incentivos são importantes não só para a empresa, mas para o país como um todo. Quanto maior o número de exportações no Brasil maior o número de vendas, uma vez que eles permitem a geração de riqueza no país. 

Outros benefícios oferecidos ao exportador 

Além desses benefícios, o ato de exportar por si só já oferece diversas vantagens às empresas. 

Em primeiro lugar pelo aumento de vendas, pois dará à empresa acesso a novos mercados e consumidores. Por consequência, seus lucros aumentarão no longo prazo. 

Em segundo lugar há o crescimento da produtividade, visto que o aumento da demanda por produtos requer um aumento da produção. 

Com o intuito de alcançar esse aumento, normalmente é feita uma revisão dos processos produtivos, que leva à redução da capacidade da empresa que está ociosa. 

Por conseguinte, há um crescimento da produtividade que possibilita outras vantagens, como melhor capacidade de negociação de matéria-prima e redução do custo de fabricação. 

Em terceiro lugar, vemos a melhoria da qualidade do produto. A empresa que se insere no mercado externo terá acesso a novas tecnologias que poderão ser incorporadas em seus processos. 

Além disso, ela terá que adaptar seus produtos às exigências do novo mercado, aperfeiçoando-o. 

Outro benefício é a diversificação de mercado. Como resultado da melhoria da produtividade e incremento de tecnologias, a empresa será capaz de ampliar sua carteira de clientes ao entrar no mercado externo. 

Isso permite a ela não só diminuir sua dependência do mercado interno, como também eliminar a sazonalidade do produto quando ele depende das estações do ano. 

Principais desafios das exportações no Brasil 

Contudo, em contraste com os benefícios que acabamos de ver, as exportações no Brasil também enfrentam desafios. 

Só para exemplificar, mesmo que estejamos entre as 10 maiores economias do mundo, somos apenas o 26º país que mais exporta. Isso representa menos de 2% das exportações globais (FGV-CNI). 

Além disso, em 2016, apesar de existirem registradas milhões do empresas brasileiras, apenas 20 mil delas eram exportadoras (Apex). 

Na pesquisa “Desafios à competitividade das exportações brasileiras”, realizada pela Fundação Getúlio Vargas (FGV) e Confederação Nacional da Indústria (CNI), podemos observar dados interessantes. 

A pesquisa foi feita em 2018 e compilou dados fornecidos por 589 empresas exportadoras. Dessa maneira, foi possível entender quais eram os principais entraves do processo de exportação brasileiro segundo elas: 

  • Elevadas tarifas cobradas por portos e aeroportos (51,8%); 
  • Dificuldade de oferecer preços competitivos (43,4%); 
  • Elevadas taxas cobradas por órgãos anuentes (41,9%); 
  • Custos do transporte doméstico (41%); e 
  • Baixa eficiência governamental para a superação dos obstáculos internos às exportações (39,4%); 

Não obstante, foram sinalizados entraves referentes à taxa de câmbio, leis conflituosas e pouco efetivas, tempo longo de fiscalização e despacho e juros elevados para financiamento de investimentos. 

Em resumo, podemos dizer que esses percalços representam bem o que é comumente chamado de “custo Brasil”, as barreiras enfrentadas pelos exportadores para competir internacionalmente. 

Isso envolve, sobretudo, dificuldades logísticas e de infraestrutura, burocracia aduaneira, lentidão em processos alfandegários e falta de padronização. 

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